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  • Ame-o ou odeie-o. Mas veja-o.

    John Wilmot não aceitaria meios-termos. É por isso que ou se ama ou se odeia “O Libertino”, do diretor estreante Laurence Dunmore, produzido por John Malkovich (que também faz uma pontinha como o Rei Carlos II) e protagonizado por Johnny Depp.


    Ambientado durante a Restauração Inglesa, nos idos de 1670, o filme acompanha as últimas peripécias de John Wilmot, Segundo Conde de Rochester, poeta e escritor britânico nada afeito às conveniências de seu tempo.

    Filmado sem nenhuma grande técnica digital, e sim com as câmeras nos ombros dos cinegrafistas, as imagens parecem ainda mais reais e angustiantes, tal é a proximidade com os atores e os cenários. Cenários esses basicamente compostos por ruas imundas, teatros lúgubres e tavernas empoeiradas.

    Apesar de muitos historiadores alegarem que vários aspectos da personalidade de Wilmot foram abrandados, como seus interesses homossexuais, enquanto outros teriam sido visivelmente acentuados, vide o romance com a atriz Elizabeth Barry, que talvez nem tenha chegado a acontecer, o filme retrata o essencial de Rochester: intrigas palacianas, álcool, sexo, prisões, duelos, charlatanismo, hedonismo, exílios... Praticamente um rock star!

    O roteiro apenas peca, a certa altura, por centrar-se na empreitada de Wilmot em tornar a novata Lizzie Barry a nova sensação dos palcos Londrinos, e transforma o filme num recorrente ensaio teatral em que a diva parece apenas uma guria desamparada e indefesa. Aos que conhecem Samantha Morton (Minority Report) de outros Carnavais, sabem que ela sempre confere esse tipo de imagem às suas personagens.

    De qualquer forma, o filme atende às expectativas, mesmo agradando a uns poucos mais afeitos a complexidades. Muito por conta de Johnny Depp, competente o bastante , como sempre, para não deixar esmorecer por um segundo sequer o ar cínico do personagem, conferindo-lhe um ar de anti-herói incompreendido e autêntico, que no monólogo inicial já avisa: “não gostarão de mim”.
    Caso queria ver o trailer clique aqui.
    p Ana Paula, a irmã.

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