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  • Vida de Raul Seixas vai virar documentário em 2009

    AE - Agência Estado


    SÃO PAULO - A vida de Raul Seixas vai virar documentário. Produzido por Alain Fresnot, de Família Vende Tudo, e seu sócio no projeto, Denis Feijão, o filme batizado O Início, O Fim e o Meio tem previsão para ser lançado no segundo semestre de 2009. A distribuição deverá ficar a cargo da empresa Paramount. O valor total da produção, aprovado pela Ancine para ser captado, é de R$ 2,5 milhões. Até o momento, já foram captados cerca de R$ 1 milhão.

    Queremos que ele fique pronto em agosto, quando completará 20 anos da morte do cantor, diz Feijão. Walter Carvalho, que fez a fotografia de filmes como Chega de Saudade e Carandiru, foi chamado para a direção. Ele se diz empolgado com o projeto. "É um convite irrecusável. Precisamos apenas coordenar a minha agenda com a de Fresnot. No final do ano, termino a montagem de Budapeste (filme baseado no livro homônimo de Chico Buarque) e, depois, começo a pensar no Raul", diz. Paulo Coelho foi chamado para fazer a narração, mas o escritor ainda não bateu o martelo. O documentário trará cenas raras de Raul em ação. Uma delas mostra o momento em que o cantor volta aos palcos depois de três anos sem fazer shows. Seu retorno, segundo Feijão, teria sido em Salvador, na Bahia, e contou com a participação do amigo e parceiro de composições Paulo Coelho cantando Sociedade Alternativa. O registro completo dessa histórica apresentação, feita de forma amadora pelo cantor Marcelo Nova, foi restaurado para o documentário. Um trecho de 1,5 minuto desta apresentação já está no YouTube. O documentário não terá atores nem cenas recriadas. Exceto por uma dramatização para reconstruir o período de Raul, na Bahia, quando cantava junto com o grupo Os Panteras. Parte das imagens virão dos arquivos das TVs e muito dos materiais inéditos virão do famoso 'Baú do Raul', objeto no qual o músico guardava boa parte de seus pertences, cadernos de escola, discos que ouvia e anotações. Atualmente, o baú está em poder de sua ex-esposa, Kika Seixas. Raul teria dito a ela para somente abri-lo após a sua morte. Parte desse material foi publicado em 2005 no livro O Baú do Raul Revirado (Ediouro), organizado pelo jornalista Silvio Essinger.

    As informações são do Jornal da Tarde.

    A moral camaleônica

    Do Le Monde Diplomatique Brasil


    É delicioso resgatar os argumentos lançados pela mídia em 1997, em favor da reeleição de FHC. Comparados com a grita contra um terceiro mandato de Lula, eles revelam a tendência a adaptar-se às circunstâncias, típica do camaleão. Mesmo que, confirmando sua essência, ele finja ser outro animal...
    Guilherme Scalzilli

    (13/09/2008)

    Os governos Lula suscitaram extensas discussões sobre a compatibilidade entre discurso ético e pragmatismo político-eleitoral. Talvez para dissociar-se dos defensores do presidente e estigmatizar seu constrangimento relativista sobre o assunto, a imprensa oposicionista lançou-se numa cruzada de ultralegalismo cívico, que logo receberia colorações partidárias.

    Um dos aspectos negativos dessa vertente “cidadã” de tolerância zero é, paradoxalmente, sua permissividade conceitual. A abrangência normativa permite a assimilação de uma grande variedade de preceitos, entre os quais aqueles que aspiram a certa superioridade moral, mas não passam de enunciados discutíveis, contraditórios ou apenas tolos, que a ortodoxia acrítica transforma em dogmas sobrenaturais.

    O fetichismo da conduta ideal do administrador revela então seu caráter artificial e ideológico, permitindo a deterioração da moralidade (sistema pessoal de valores) em moralismo oportunista, alimentado para enquadrar adversários e isentar aliados em tempos pré-eleitorais. A manipulação da subjetividade “transcendental” dos princípios morais confere imanência atemporal e incontestável a repertórios de condutas engendrados circunstancialmente, sujeitos às conveniências de seus formuladores.

    Analisemos, como exemplo, as reações ao suposto terceiro mandato de Lula.

    Hoje parece consensual que mudar as regras eleitorais para favorecer governantes em exercício significa uma afronta aos princípios que regem (ou deveriam reger) a conduta do homem público. A simples hipótese de permitir a Lula candidatar-se em 2010 suscitou indignação uníssona. Os precedentes plebiscitários utilizados por Hugo Chávez e Evo Morales rondam as redações como fantasmas hostis arrastando picaretas. Editoriais e colunas horrorizados defendem a alternância de poder e vociferam que nada justifica a perpetuação de governantes.

    Mas não foi sempre assim.

    Lembremos a fatídica noite de 28 de janeiro de 1997: por volta das nove horas, o presidente da Câmara dos Deputados, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), decretou a primeira vitória da emenda que permitia a reeleição para cargos executivos. Gritos de “Uh, tererê!” soaram no plenário. Luís Eduardo foi abraçado pelo pai, o senador Antônio Carlos Magalhães, em prantos. Meia hora depois, através do porta-voz Sérgio Amaral, o presidente Fernando Henrique Cardoso rejubilava-se por saber que o Congresso votara “em sintonia com a opinião pública”.

    Ressalte-se que a decisão dos deputados, depois confirmada pelos senadores, era juridicamente problemática. Segundo certas interpretações, a reeleição de mandatários em pleitos subseqüentes significava alteração de cláusula pétrea da Constituição de 1988 (Direitos e Garantias Fundamentais), que teoricamente só poderia ser realizada por Assembléia Constituinte. Também o artigo 5º da Carta (Isonomia) teria sido aviltado.

    O governo FHC desfrutava de amplo apoio midiático. A popularidade do presidente bastava para legitimar uma discutível intervenção legislativa e até o recurso extremo do referendo – expedientes que, naquele momento, soavam “democráticos”


    Desde a proposição da mudança, dois anos antes, a imprensa debatia quase diariamente o tema. Alheios à controvérsia legal, todos os grandes veículos defenderam a reeleição, com destaque para o jornal Folha de São Paulo. Editorial de 8 de novembro de 1985 já afirmava “não haver maiores inconvenientes em defender a reeleição.” Depois (5/1/1996), o editorial “Reeleição popular” comemorou pesquisa de opinião sobre o tema: “a população vê com bons olhos a chance de renovar os mandatos dos que vêm a se mostrar bons governantes. (...) Entre a candidatura e a renovação do mandato estará sempre o democrático e o inquestionável veredicto das urnas.”

    O Tribunal Superior Eleitoral, presidido pelo ministro Ilmar Galvão, atestou que os ocupantes de cargos executivos não precisariam se desincompatibilizar para disputar suas reeleições. Diversos juristas renomados, como Miguel Reali Júnior, apoiaram a decisão. Os analistas concordaram: “Não é o caso de defender que o presidente também se desincompatibilize”, escreveu Valdo Cruz, entre muitos, na Folha (3/2/97).

    Mas será que aqueles argumentos não corroborariam a tese do terceiro mandato de Lula? No parecer que permitiu aos mandatários continuarem em seus cargos, os ministros do TSE entenderam que a emenda da reeleição pressupunha o direito do eleitor optar pela continuidade administrativa (daí a desincompatibilização ser desnecessária). Ora, seguindo rigorosamente essa abordagem doutrinária, o número de reeleições jamais poderia ser limitado.

    A mesma preferência popular pela manutenção do administrador, soberana e legítima, poderia ser estendida para novos mandatos, além do segundo. O eleitor, que possui prerrogativas para instituir (e eventualmente depor) governantes, também é capaz de decidir por quanto tempo ficarão no poder. Seria antidemocrático frustrar o “inquestionável veredicto das urnas” também quanto ao terceiro mandato.

    Para dirimir possíveis questionamentos sobre a vontade popular, a Constituição Federal prevê o instrumento do plebiscito, um dos pilares da democracia participativa. Aliás, foi justamente a consulta popular que a Folha e outros veículos defenderam em 97, para evitar o fisiologismo nas decisões do Congresso.

    Se há algum vestígio de golpismo ou manobra casuística nesses argumentos, devemos então creditá-los ao egrégio TSE, à Carta Magna e aos apologistas da reeleição. Acontece que, há onze anos, o governo FHC desfrutava de amplo apoio midiático. A execução de seu programa reformista e a sobrevivência do Plano Real pareciam depender da continuidade reeleitoral, ostensivamente defendida por editoriais e colunas políticas. A popularidade do presidente bastava para legitimar uma discutível intervenção legislativa e até o recurso extremo do referendo – expedientes que, naquele momento, soavam “democráticos”.

    Mudaram os fundamentos do Estado de Direito ou mudou a imprensa? Pergunta retórica. A permanência dos primeiros independe das conveniências dos grupos momentaneamente hegemônicos. Quanto à flagrante incoerência jornalística, ela apenas evidencia um padrão de comportamento: adaptar-se às circunstâncias define a própria natureza do camaleão. Mesmo que ele, confirmando sua essência, finja ser outro animal.

    Novas regras para contratação de estagiários estão no Diário Oficial

    Da Agência Brasil

    Brasília - Está publicada na edição de hoje (26) do Diário Oficial da União a atualização da Lei do Estágio. De acordo com a Lei n.º 11.788, a partir de agora, os estagiários que tenham contrato com duração igual ou superior a um ano têm direito a 30 dias de recesso, preferencialmente durante as férias escolares.

    Além disso, os dias de liberação previstos na norma serão concedidos, de maneira proporcional, nos casos de o estágio ter duração inferior a um ano. A legislação também prevê que o recesso deverá ser remunerado quando o estagiário receber bolsa ou outra forma de contraprestação.

    Quanto à duração do estágio, a norma determina que estudantes da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental só podem ser contratados para a carga horária de quatro horas diárias de trabalho. Os alunos do ensino superior, da educação profissional de nível médio e do ensino médio regular podem trabalhar até seis horas diárias e os estágio de 40 horas semanas destinam-se aos matriculados em cursos que alternem aulas teóricas e práticas.

    A manutenção de estagiários em desconformidade com a legislação caracteriza vínculo de emprego para todos os fins da legislação trabalhista e previdenciária. A instituição privada ou pública que reincidir na irregularidade ficará impedida de receber estagiários por dois anos.

    a bossa....

    FERNANDA EZABELLA - REUTERS

    SÃO PAULO - Nos 50 anos da bossa nova, apenas um nome faltava para completar as comemorações que se espalham pelo país. O cantor e violonista João Gilberto confirmou oito apresentações para este ano, a partir de junho, para celebrar o gênero que ajudou a fundar, com seu cantar meio falado, meio baixinho, e seu jeito novo de tocar violão.

    "João Gilberto não dá um show, dá um recital", diz Zuza Homem de Mello, crítico e historiador de música, explicando que o artista baiano de 76 anos está longe das parafernálias que os artistas usam em suas apresentações.

    De fato, basta um banquinho e um violão, praticamente sinônimos de bossa nova, para o cenário de um "recital" de João Gilberto.

    "Ele prescinde de tudo o que é efeito. Prescinde de tudo o que é necessário para mascarar a essência do espetáculo que é a música propriamente dita", continua Zuza, autor de "Folha Explica João Gilberto", em entrevista à Reuters. O deslumbramento de suas platéias sempre lotadas vem em grande parte das sutilezas e detalhes com que ele cria e recria, de forma obsessiva, canções que o acompanharam por toda sua carreira -- como "Doralice", "Corcovado", "Insensatez", "O Pato", "Samba de uma Nota Só".

    "Agora, isso só é percebido por quem está prestando completa atenção na apresentação dele ou no disco", disse. "Senão, a pessoa acha que é a mesma coisa. É sutil."

    O primeiro show do ano será em 22 de junho no Carnegie Hall, em Nova York.

    Depois, se apresenta nos dias 14 e 15 de agosto no Auditório Ibirapuera, em São Paulo; dia 24 de agosto, no Theatro Municipal do Rio; e dia 5 de setembro, no Teatro Castro Alves, em Salvador. Haverá ainda três shows no Japão.

    MELHOR NOTÍCIA DO ANO

    Para o crítico e produtor Nelson Motta, o anúncio dos shows "é a melhor notícia para a música brasileira neste ano".

    "Ele é um grande mestre, continua insuperável. Nesse gênero que ele inventou, ele é único, nunca houve nada melhor", disse Motta, autor de "Noites Tropicais".

    Apesar das diversas contribuições para o gênero que refinou a música popular brasileira, incluindo o maestro Tom Jobim e o poeta Vinicius de Moraes, nada superou a "grande novidade" que João Gilberto trouxe com seu samba sincopado no violão e jeito único de cantar.

    "Ele inventou um novo gênero musical. Não existe bossa nova sem a batida de violão do João Gilberto. Ele criou todo um mundo de possibilidades musicais", disse Motta.

    Para o especialista, a prova da genialidade de João Gilberto está nas regravações dos sucessos "Chega de Saudade" e "Desafinado" que ele fez em seu último disco de estúdio, "João Voz e Violão" (2000), que seriam muito superiores às suas primeiras versões, "sob todos os aspectos, incluindo voz".

    A fama de gênio vem junto com a de excêntrico. É perfeccionista nas gravações e shows, além de viver recluso no Rio de Janeiro, sem nunca dar entrevistas ou frequentar a cena musical da cidade. É como um ermitão, nas palavras de Zuza.

    SEMPRE VANGUARDA

    Embora solitário, João Gilberto mantém contato com os amigos por telefone, "e está perfeitamente ciente de tudo o que acontece, lê jornal, vê TV", contou Motta.

    Ambos os críticos são unânimes em elogiar também sua personalidade. Um doce de pessoa, gentil e delicado, segundo Zuza. Educado e divertido, para Motta.

    "O João Gilberto é uma das maiores celebridades da música no mundo que não tem a menor nesga de comportamento de celebridade. Ele vive monasticamente", disse Zuza.

    O ano de 1958 é considerado o marco inicial da bossa nova com o lançamento de discos fundamentais. Começava ali um movimento que consagria toda uma geração de músicos brasileiros, como Nara Leão, Carlos Lyra, Luizinho Eça, João Donato, Roberto Menescal, Baden Powell, etc.

    Foi naquele ano que Gilberto lançou dois compactos que inauguraram o movimento -- "Chega de Saudade"/"Bim Bom" e "Desafinado"/"Oba-la-lá" -- assim como o álbum "Canção do Amor Demais", com músicas de Jobim e Vinicius interpretadas por Elizeth Cardoso, que também trazia duas faixas com o violão de João.

    E, mesmo com 50 anos, os críticos acreditam que a bossa nova segue viva e ainda "emblema da música brasileira no exterior", segundo Zuza.

    "A vanguarda não envelhece", explicou o historiador, fazendo comparação com outros movimentos e artistas, como Mozart e Picasso.

    "O que é vanguarda naquele momento não deixa de ser vanguarda agora. O que deixa de ser é o que efetivamente não foi."

    Waters sobre Wright

    Caspeta! me emocionei, velho Roger!


    ROGER WATERS, do PINK FLOYD, fez a seguinte declaração a respeito do seu companheiro de banda/ tecladista Richard Wright, que morreu em 15 de setembro aos 65 anos, após uma batalha contra o câncer:

    "Eu fiquei muito triste em saber da morte prematura de Rick. Eu sabia que ele estava doente, mas o final veio de forma repentina e chocante. Meus sentimentos estão com a família dele, particularmente com (seus filhos) Jamie e Gala e com a mãe deles, Juliet, a quem eu conheci muito bem nos velhos dias, e sempre gostei e admirei muito."

    "Quanto ao homem e a seu trabalho, é difícil superar a importância da sua musicalidade no Pink Floyd dos anos 60 e 70. A sua intrigante influência do jazz, modulações e timbres tão familiares em 'Us and Them' e em 'Great Gig in the Sky,' o que deu a essas composições tanto sua extraordinariedade e humanidade e sua majestade, são onipresentes em todo o trabalho colaborativo que nós quatro realizamos naquela época. A percepção de Rick para as progressões harmônicas era nosso fundamento".

    "Eu me sinto extremamente grato pela oportunidade que o Live 8 me proporcionou ao me reunir com ele, com David (Gilmour) e com Nick (Mason) por uma última vez. Eu queria que tivessem havido mais vezes."

    Gilmour sobre Wright

    Da BBC Brasil:


    O guitarrista David Gilmour, da banda britânica Pink Floyd, prestou homenagem ao tecladista do grupo, Richard Wright, morto ontem, por sua "vitalidade, alegria e humor".

    Escrevendo no seu site, Gilmour disse que "nunca tinha tocado com alguém como" Wright.

    "Na minha opinião, todos os grandes momentos do Pink Floyd são aqueles em que ele está a pleno vapor", acrescentou Gilmour.

    Ele elogiou o talento de Wright como compositor, citando, por exemplo, duas faixas do álbum Dark Side of the Moon, de 1973, escritas por Wright.

    Wright foi um dos fundadores do grupo. Gilmour foi convidado a integrar o Pink Floyd em 1968, um ano após o lançamento do primeiro álbum do grupo, The Piper at the Gates of Dawn. Ele substituiu o guitarrista original do grupo, Syd Barrett.

    "Ninguém pode substituir Richard Wright - ele era meu parceiro musical e meu amigo", disse Gilmour.

    "Na confusão de discussões sobre quem ou o quê era o Pink Floyd, a enorme contribuição de Rick era freqüentemente esquecida".

    "Ele era suave, modesto e reservado, mas sua voz cheia de sentimento e seu jeito de tocar eram componentes vitais, mágicos, do som do Pink Floyd".

    Gilmour disse que a combinação de sua voz com a de Wright, somada à "telepatia musical" dos dois, floresceu pela primeira vez na faixa Echoes, que tomou todo o lado B do álbum Meddle, de 1971.

    Ele acrescentou: "Afinal, sem Us and Them e The Great Gig in the Sky - ambas compostas por Wright - o que seria de The Dark Side of the Moon?", pergunta.

    Este álbum, que fez da banda uma lenda do rock, ficou por mais de dez anos na parada de álbuns dos Estados Unidos.

    Wright conheceu os parceiros Roger Waters e Nick Mason, co-fundadores do Pink Floyd, na faculdade de arquitetura.

    Waters deixou a banda em 1981, depois de se desentender com o resto do grupo.

    Wright, junto com Gilmour e Mason, continuou a gravar e a fazer turnês com o Pink Floyd durante toda a década de 1980 e início da de 90.

    O Pink Floyd lançou seu último álbum de estúdio, The Division Bell, em 1994.

    Em 2005, a banda completa voltou ao palco - pela primeira vez depois de 24 anos - para o concerto Live 8, no Hyde Park, em Londres.

    W right também contribuiu com vocais e teclados para o álbum solo de Gilmour, On An Island, lançado em 2006, saindo em turnê com a banda de Gilmour pela Europa e Estados Unidos.

    A morte de Wright, aos 65 anos, foi anunciada por um porta-voz na segunda-feira.

    Segundo o porta-voz, o músico morreu após "uma batalha curta contra o câncer". O tipo de câncer não foi especificado.


    BBC Brasil

    Morre Richard Wright



    Do site TERRA:


    O tecladista Richard Wright, um dos integrantes da formação original do grupo britânico Pink Floyd, morreu de câncer nesta segunda-feira, aos 65 anos, anunciou seu porta-voz.

    "A família de Richard Wright, membro fundador do Pink Floyd, anuncia com grande pesar que Richard morreu hoje depois de uma breve batalha contra o câncer", afirmou a fonte.
    Wright contribuiu em composições de álbuns clássicos como o Dark Side of The Moon e Wish You Were Here.
    Único nascido em Londres entre os músicos do Pink Floyd, ele sempre optou em fazer de seus teclados um acessório suave, sem grandes efeitos, mas com uma grande base para toda a sonoridade que fez o grupo ficar conhecido.
    Ao longo dos anos, Wright participou ativamente das composições e processos de criação da banda, até que foi expulso em 1979, durante as gravações do disco The Wall, por desentendimentos com o baixista Roger Waters, que tinha assumido todo o controle.
    Neste meio tempo, embora tivesse participado de alguns concertos com o Pink Floyd, lançou um CD solo em 1978, chamado Wet Dream, e atuou em um grupo conhecido como Zee, gravando o disco Identity em 1984.
    O retorno ao Pink Floyd aconteceu em 1987, pouco antes do lançamento de A Momentary Lapse of Reason. Ele participou de toda a turnê promocional do álbum.
    Sua última contribuição ativa com a banda foi em The Division Bell, de 1995.
    AFP

    Um grande artigo sobre um grande filme

    Árido Movie: Sertão e Lisergia


    Amin Stepple Hiluey*

    Crepúsculo em Salvador, final dos anos 70, o cineasta Glauber Rocha, com os sete buracos da cabeça a mil por hora, pergunta ao também cineasta Jomard Muniz de Britto: “os intelectuais da Fundação Joaquim Nabuco ainda estão no Cuba Libre?”

    Rocha, em 2006, é a cidade imaginária de Árido Movie, filme de Lírio Ferreira. Na trilha sonora, Renato e Seus Blue Caps. Grupo remanescente “daquelas tardes de guitarras, sonhos e emoções”, da época das “três, quatro doses” de rum com coca-cola. Mas o aditivo energético agora é outro. Jonas é o rapaz do tempo, repórter meteorologista, desses que adivinham chuva e manhã de sol na televisão. Coisa rara no Brasil atual, o Deus Urano arranjou emprego de carteira assinada nos telejornais. Jonas (Hamlet eletrônico?) chega de São Paulo para enterrar o pai, assassinado em Rocha. Numa viagem paralela, três amigos de Jonas, urbanos e maconheiros do tipo recreativos-fundamentalistas, também saem do Recife em direção à Rocha, para encontrá-lo e participar da cerimônia de adeus.

    Se Jonas, com sua moderna profissão, tem uma certa originalidade olímpica na concepção de seu personagem, o mesmo não se pode dizer do trio de maconheiros. Na genealogia cinematográfica, eles são “primos” dos “coiseiros” de Meteorango Kid, Herói Intergaláctico, de André Luiz, filme baiano inaugural do udigrudi nacional(1969). E, na teatral, “primos” dos doidões de Trate-me Leão, do grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone (final dos 70). No Árido, os maconheiros também são engraçados. E escrotos, como todo drogado. São, como se definem, os “Bocas Secas”. Numa das seqüências, se deparam com uma produtiva roça de liamba. Provavelmente plantada (à revelia e omissão) em terras e com água do Governo Federal. É uma aula involuntária sobre as novas oportunidades de investimento no sertão. A dança à la Hair dos “Bocas Secas” na plantation ensina muito sobre o Brasil dos agronegócios.

    Árido é uma road-expedição, sociológica e antropológica, ao Brasil profundo. Maconha, crime, vendeta familiar, banditismo rural. Prostituição, clientelismo político, misticismo secular. Escassez de água, disputa de terra, choque cultural, sermões desconexos. Ronco de motos, idiotia rural, rodovias duplicadas, paisagem esturricada. Índios aculturados, machismo estereotipado, matriarcado virago. E a oralidade surreal da última Flor do Lácio: o dialeto arcaico sertanejo redivivo, saldo colonial, em diapasão dissonante com o maconhês metropolitano, herança lingüística da contracultura. Está tudo lá nos grotões de Árido Movie.

    Como, aliás, sempre esteve. Parafraseando Nelson Rodrigues, o sertão não se improvisa, é obra de séculos. Mas Árido é uma obra de aggionarmento do Cinema Novo dos anos 60. Ou até mesmo do cinema brasileiro dos 90, do próprio Baile Perfumado, com sua seca verde e o uísque importado de Lampião. Ou, ainda, se quiserem, da melhor tradição da literatura regional (dos 20 aos 40). Ao mesmo tempo, reforça a tese de que o cinema brasileiro está condenado a filmar e refilmar o “sol de dois canos” do sertão. Pena mais branda do que a do cinema americano, condenado a ficcionar as guerras em que o Império se mete a cada década.

    Nas várias fases do cinema brasileiro, o sertão sempre foi uma location revisitada. A emprestar a sua geografia física e humana para que, através do cinema, o País se conheça e se reconheça em sua própria História, com suas questões sociais e econômicas praticamente inatacadas, imunes à evolução dos tempos, apesar das sucessivas retóricas oficiais de transformação e redenção. O espectador já assistiu ao sertão de cangaceiros sanguinários, folclóricos e até aburguesados. Ao hiperrealismo comovente e denunciador de Fabianos injustiçados e Baleias mortas. Ao barroquismo místico, delirante e salvacionista, a envolver jagunços, camponeses famélicos, cantadores cegos, justiceiros, beatos e santos guerreiros. À paródia e à chanchada de anti-heróis desbundados e cordelizados.


    Vez por outra, num criativo fatalismo cíclico, surge um novo olhar sobre a velha paisagem e suas almas secas. É o caso de Árido Movie, com sua originalidade lisérgica a se contrapor ao acumulativo histórico realista, teatralizado. É impossível esquecer ou abstrair a maconha, onipresente no filme. Advém dela a gramática onírica, a impor-se como filtro a deformar e a desmanchar o real, como única forma de remontar histórias aprisionadas quase secularmente na consciência. O que interessa aqui é o relato cambaleante do inconsciente. O realismo já cumpriu o seu papelão histórico. Muito embora o cenário, os personagens, os sentimentos e os conflitos, como sabemos, sejam absolutamente iguais aos de antes. Mas liberto e distanciado do realismo, Árido Movie desbrava o sertão deste início de século com os olhos livres, e é também dessa maneira que o filme pede para ser visto. Malgrado a percepção do ineditismo das factualidades ser absolutamente ilusória, embaralhada pelo “barato” da miragem lisérgica.

    Com as decantadas portas da percepção já arrombadas pela ressaca alucinógena da arquivada contracultura e com a profusão de drogas sintéticas, pode-se até afirmar que Árido Movie é um filme fora de época, realizado com urgente atraso, como o sepultamento do pai. E poderia até ser. Mas não esqueçamos que a maconha hoje é um próspero empreendimento econômico da região. Ou da rotineira prevalência do uso político da água. A rigor, Árido é um filme muito além da nossa época. Longe de atrasar, “os ponteiros infectados de tempo” (poeta Ângelo Monteiro), e não são poucos, adiantam em alguns anos o relógio de Árido Movie, dando a necessária continuidade ao continuado nos sertões imemoriais do cinema brasileiro.

    Muitos críticos e espectadores se queixam de uma certa irregularidade em Árido Movie. Apontam, não de todo sem razão, que, mais do meio para o fim, os personagens se atarantam nos labirintos solares da história. Ironicamente, chegam atribuir a descontinuidade aos possíveis efeitos da “maresia” soprada durante quase todo o filme. Como os meteorologistas, o diretor Lírio Ferreira às vezes erra a previsão do tempo. Mas quem conhece os pedregulhos do sertão, sabe que o difícil é a travessia, légua mais tirana. Como não se deve desconhecer que o filme é uma elegia assumida à exuberância exaltada (imagens, personagens, diálogos, silêncios). No entanto, é nessa suposta imperfeição que Árido Movie cumpre a sua melhor performance. É como se o filme incorporasse o destino errático - geográfico e humano - do sertão, impregnado de sua, agora atualizada, taxa luminosa de desordem. Beleza mais que imperfeita, falsa promessa de felicidade. Bem brasileiro.

    No entanto, nada mais transcendente. Basta recordar de uma das frases finais do filme, na seqüência da instalação sobre água, já em São Paulo: “Io (a lua de Júpiter) será o nosso próximo endereço”. O papo é lunático só na superfície. Os astrônomos americanos, entre uma guerra e um filme sobre essa guerra, já descobriram que o satélite jupiteriano tem água. Pragmáticos como são, e também “viciados” em água, os americanos compreendem bem a profundidade da frase da lameira do caminhão-pipa que transita na estrada poeirenta de Rocha: “aonde a água chega, a água faz o resto”. Fato curioso, essa frase-síntese da “sopa primordial” da vida, e também do próprio Árido Movie, é de um homem forte de Getúlio, Agamenon Magalhães, interventor de Pernambuco durante a ditadura Vargas. Apesar de extremamente violento, Agamenon não perdia uma missa dominical. Em busca da água benta da transcendência?

    Assim, Árido Movie reescreve a profecia alada do Conselheiro: o sertão vai virar Io. Enquanto colabora para editar a novíssima história do cinema brasileiro. A exemplo de Amarelo Manga, de Cláudio de Assis, e de Cinema, Aspirinas e Urubus, de Marcelo Gomes. Com Árido, o cinema pernambucano comprova mais uma vez: é amarelo mas tem saúde.

    Em tempo: os intelectuais do Joaquim Nabuco continuam no Cuba Libre?

    Quanto ao cineasta Jomard Muniz de Britto, a única experiência dele com droga se limitou a um comprimido de aspirina com leite quente e canela, receita do médico João Guimarães Rosa para a cura da gripe.

    *Jornalista e Cineasta

    Disurso de Antônio Candido

    (Discurso do crítico literário Antonio Candido, 90 anos, ao receber o prêmio Juca Pato de Intelectual do Ano, concedido pela União Brasileira de Escritores (UBE), no Salão Nobre da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em São Paulo, na noite de 20 de agosto de 2008). Fonte Terra Magazine.



    Agradeço as palavras do embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, detentor do Prêmio Juca Pato ao qual tenho o privilégio de suceder como agraciado pela mesma honraria. Agradeço também muito à União Brasileira de Escritores, representante dos confrades que me consideraram merecedor deste simpático e famoso troféu, declarando a minha gratidão a cada um desses confrades.

    O troféu Juca Pato tem para mim grande significado, inclusive porque as entidades que o criaram foram importantes na minha carreira intelectual. Uma é sucessora da Associação Brasileira de Escritores, a outra é sucessora da Folha da Manhã, e a ambas se prende a fase inicial da minha atividade de crítico literário e de intelectual participante, como se dizia naquele tempo.

    Em 1942 a Associação Brasileira de Escritores foi fundada no Rio de Janeiro com uma finalidade ostensiva e outra implícita. Ostensivo era o intuito de lutar pela regularização dos direitos autorais, então muito desrespeitados. Implícito era o ânimo de lutar contra a ditadura do Estado Novo e seu duro arrocho em relação à liberdade de pensamento e de expressão. Eu estava presente ao encontro fundador da seção paulista, do qual saiu a deliberação de eleger Sérgio Milliet seu presidente, pois Mário de Andrade, que também estava ali, recusou o cargo, ficando discretamente como vice. A mim, jovem principiante, foi atribuída a função de 2o. secretário, não devido a mérito pessoal, mas como reconhecimento de um grupo de moços ao qual eu pertencia e estava se lançando na vida intelectual com a nossa revista Clima, cujo título passou a nos designar: éramos o “grupo de Clima”.

    Na seção paulista da ABDE, sigla com a qual a Associação ficou famosa, participei da organização e da realização do histórico Primeiro Congresso Brasileiro de Escritores, que teve lugar em São Paulo no mês de janeiro de 1945 e foi um movimento significativo de oposição ao regime, que aliás começou a se dissolver no mês seguinte. Mais tarde, em 1949, fui eleito presidente da seção de São Paulo e nessa qualidade presidi o Segundo Congresso Paulista de Escritores, realizado naquele ano em Jaú. A declaração de princípios deste congresso afirmou que o dever básico do escritor é a fidelidade à sua vocação, não a obediência a imperativos externos, aos quais poderia, no entanto, servir como intelectual em sentido amplo. Isso era uma retificação à tendência demasiado política justificada em tempo de ditadura. Pouco depois esse problema gerou a cisão que dividiu a entidade, recomposta felizmente mais tarde com o nome atual.

    Quanto à outra instituidora, menciono que em 1943 tornei-me o que se denominava então “crítico titular” do jornal Folha da Manhã, que mudara de proprietário e passava por uma reforma modernizadora. Ligado aos autores desta era o meu grande amigo e companheiro da revista Clima Lourival Gomes Machado, que se encarregou da crítica de arte. Como os reformadores queriam estabelecer um rodapé semanal de crítica literária, ele me indicou para esta tarefa de grande responsabilidade. O meu nome foi aceito e eu, verde principiante, assumi o compromisso de fornecer semanalmente um artigo de cinco a seis laudas tamanho ofício a dois espaços sobre os livros da hora. Foi nessa tarefa, não na Universidade, que me formei como crítico, pois sou licenciado em Ciências Sociais, não Letras, e naquele tempo dava aulas de Sociologia. O meu tirocínio foi portanto adquirido dentro da tradição franco-brasileira do jornalismo, o que me ensinou antes de mais nada a procurar clareza e simplicidade na escrita. Sou, portanto, um crítico de jornal que passou mais tarde ao ensino da literatura, o contrário do que é freqüente em nossos dias.

    Aquele momento era de intensa politização dos intelectuais, segundo o espírito predominante no decênio que sucedeu ao movimento armado de 1930. Eu embarquei nesse rumo, politizando talvez um pouco demais a minha atividade crítica, mas correspondendo assim ao ânimo de militância que era o dos intelectuais contrários à ditadura do Estado Novo. Afinado com as tendências radicais do momento, assumi então posições socialistas que não abandonei mais e continuam a nortear as minhas convicções relativas à necessidade de transformar profundamente a nossa sociedade desigual e mutiladora.

    Mas não posso ir adiante sem mencionar que na redação da Folha da Manhã conheci e vi muitas vezes ninguém menos que o inventor do popular Juca Pato, personagem pitoresco que dá o nome a este prêmio. Refiro-me a Benedito Carneiro de Bastos Barreto, famoso sob o pseudônimo de Belmonte, escritor e desenhista de alto valor, um dos mais altos praticantes da caricatura no Brasil. Era um homem discreto e cortês, de pouca fala, mas muito simpático. Naquela altura participava da luta ideológica por meio de charges mordazes contra o nazismo.

    Tendo mencionado dois motivos que contribuem para fazer deste prêmio uma alegria para mim, resta mencionar como terceiro o fato de ser ele conferido neste local. Estudei na Faculdade de Direito durante sete anos, dois no chamado “pré-jurídico”, designação corrente na 1a. Seção do Colégio Universitário Anexo à Universidade de São Paulo, mais cinco no bacharelado, sendo que os três primeiros de maneira assídua e os dois últimos com muita ausência, acabando por não prestar em segunda época os exames finais, segundo o sistema da época e segundo também a minha intenção.

    Portanto sou quase bacharel e sempre me senti uma espécie de aluno permanente que ainda não cumpriu a tarefa, mas tenho a honra de ser bacharel do XI de Agosto, grau que me foi conferido solenemente por uma turma de formandos. Por isso trago neste momento na lapela o distintivo do Centro, quase igual ao que, em seguida ao trote de 1939, depois de raspado o cabelo e pagas as devidas taxas, recebi junto com a flâmula e o diploma de burro em bom latim macarrônico, diploma que conservo como antídoto salutar contra eventuais assomos da vaidade…

    Foi nesta Casa que comecei a militar contra as ditaduras, como um dos fundadores do Partido Libertador, surgido aqui em 1939, quando eu estava no primeiro ano do bacharelado, e que não deve ser confundido com o de âmbito nacional de mesmo nome, criado sob a inspiração de Raul Pilla. Mais tarde fui também um dos fundadores da Frente de Resistência, formada quando eu estava no 5o. ano por estudantes liberais e socialistas desta e de outras faculdades, que desenvolveu uma atividade ponderável apesar dos apertados limites impostos pela censura e a repressão.

    O que estou dizendo se refere cronologicamente aos anos de 1940, isto é, mais de meio século atrás. Portanto, os generosos confrades da União Brasileira de Escritores foram buscar um intelectual bem antigo, bem fora do tempo, para confortá-lo com esta distinção consagradora. Devo ser de fato tão antiquado, que venho sendo definido em algumas instâncias como “ilustrado”, devidamente entre aspas, e como alguém preso a uma visão de tipo teleológico da história e do pensamento. Devo esclarecer que, ao contrário do que se poderia pensar, considero esta restrição um elogio. Ela quer dizer que me mantenho fiel à tradição do humanismo ocidental definida a partir do século XVIII, segundo a qual o homem é um ser capaz de aperfeiçoamento, e que a sociedade pode e deve definir metas para melhorar as condições sociais e econômicas, tendo como horizonte a conquista do máximo possível de igualdade social e econômica e de harmonia nas relações. O tempo presente parece duvidar e mesmo negar essa possibilidade, e há em geral pouca fé nas utopias. Mas o que importa não é que os alvos ideais sejam ou não atingíveis concretamente na sua sonhada integridade. O essencial é que nos disponhamos a agir como se pudéssemos alcançá-los, porque isso pode impedir ou ao menos atenuar o afloramento do que há de pior em nós e em nossa sociedade. E é o que favorece a introdução, mesmo parcial, mesmo insatisfatória, de medidas humanizadoras em meio a recuos e malogros. Do contrário, poderíamos cair nas concepções negativistas, segundo as quais a existência é uma agitação aleatória em meio a trevas sem alvorada.

    É com este espírito talvez obsoleto de velho intelectual participante, como se dizia naquele tempo, que aqui estou para agradecer de coração esta desvanecedora homenagem.

    Antonio Candido, 90 anos, é crítico literário, ensaísta, autor de “Formação da Literatura Brasileira”, entre outros livros. Vencedor do Prêmio Juca Pato de Intelectual do Ano de 2007, é professor emérito da USP.