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  • Beber é Uma Necessidade

    Do site Dinamite online


    O jornalista inglês Howard Sounes (também biografo de Bob Dylan), ao escrever "Charles Bukowski Vida e Loucuras de um Velho Safado" (Editora Conrad), fez um livro bem legal. E foi fundo. Conversou com quase todos os amigos, amantes, companheiros de copo e familiares do escritor. Teve acesso a correspondência íntima de Bukowski e aos seus trabalhos inéditos. No prefácio ele descreve o genial escritor. "Bukowski tinha uma aparência estranha e um modo peculiar de falar. Era um homem alto, de um metro e oitenta, encorpado, com uma barriga de cerveja, mas sua cabeça parecia grande demais para o corpo, e o rosto era assustador como uma máscara de Frankenstein: queixo comprido, lábios finos, olhos tristes, apertados e encovados". Uma descrição questionável. Mas, o grande rosto marcado pelas espinhas, o nariz de beberrão e uma barba desigual, isso sim o caracterizava fisicamente. Não gostava de badalações, dar entrevistas e de falar em público, mas dar palestras não era incomum. Um outro trecho do prefácio sintetiza sua atitude anárquica em lidar com a fama: "Certa vez, em São Francisco, levantou-se da cadeira e pegou uma cerveja na geladeira, atrás dele, no palco. A platéia aplaudiu enquanto ele bebia, emborcando a garrafa até tomar a última gota dourada. "Isto não é uma muleta", disse ele, falando lentamente, com uma cadência na voz, como W. C. Fields. "É uma necesssssidade".


    No início dos anos 1990 ganhou de sua filha, Marina, um Macintosh. Fascinado pela utilidade do "brinquedo", ficou revigorado e voltou a produzir com entusiasmo. Em 1992 escreveu "The Last Night of the Earth Poems", seu primeiro trabalho com um computador. Uma das coisas mais legais, e que deixou Hank envaidecido nos seus derradeiros anos, foi quando foram a um show do U2, em LA. Bono Vox dedicou o show ao casal Bukowski e um grande urro foi ouvido no estádio (O U2 gravou uma música em sua homenagem, ´Dirt World`). O Velho Safado morreu em nove de março de 1994 deixando a maior parte de sua obra inédita. Bukowski foi, é isso. Um escritor diferente, uma alma em constante ebulição, com uma visão crítica profunda e afiada de uma sociedade repleta de contradições e paradoxos. Sua escolha pelos bares "hard", pelas putas, pelas quaisquers, pela "escória" dos desamparados, pelos amigos simples e beberrões, pela estética do anti-tudo, pela literatura tosca, crua, mas artisticamente competente, o tornou imortal. Como fã de carteirinha do velho Buck finalizo com um diálogo genial do mestre: "Eu odeio pessoas, você não? Não. Só quando elas estão perto de mim" .

    1 Comment:

    Nick Mason said...

    Dá-lhe Bukowski... Show. Vamos bombar esse blog.